Após oito anos, a Justiça Federal começou, nesta segunda-feira (6), a interrogar os acusados pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana. Os réus podem responder por inundação qualificada, desabamento e diversos crimes ambientais. Sete pessoas físicas e quatro jurídicas serão interrogadas.
O primeiro ouvido foi Germano da Silva Lopes, gerente operacional da Samarco, empresa responsável pela barragem. Nesta terça (7), dois outros acusados serão ouvidos, também gerentes da Samarco: Daviely Rodrigues Silva e Wagner Milagres Alves. Na quarta-feira (8), Ricardo Vescovi de Aragão, presidente da Samarco na época, e Kléber Luiz de Mendonça Terra, diretor da empresa. Já na quinta-feira (9), serão ouvidas as duas empresas proprietárias da Samarco: a BHP Billiton e a Vale. E na próxima segunda (13), será ouvida a Samarco e também a empresa de geotecnia VogBr e o engenheiro Samuel Paes Loures, acusados de apresentação de laudo ambiental falso. Paulo Roberto Bandeira, representante da Vale na Samarco, também será interrogado.
Em 2016, o MPF denunciou 21 pessoas físicas pelo crime de homicídio qualificado pela morte de 19 pessoas soterradas e carregadas pela lama da barragem do Fundão. Mas segundo o MPF, a justiça federal trancou a ação penal e nenhum acusado responde mais por homicídio, não havendo tribunal de júri para o caso. A justiça considerou que as mortes foram resultantes da inundação causada pelo rompimento da barragem.
A demora na tramitação do processo também já causou a prescrição de dois crimes ambientais relacionados a tragédia.
As testemunhas de acusação e defesa já foram ouvidas no processo. As audiências estão sendo realizadas na subseção judiciária de Ponte Nova.
Procurada, a Samarco disse que não vai comentar o caso, a Vale afirmou prestará todos os esclarecimentos necesários.
Tentamos falar com os acusados e com a BHP Billiton, mas até o momento não houve retorno.