O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ocupou novamente áreas da Embrapa em Petrolina, Pernambuco, na madrugada desse domingo. Foram duas áreas desta vez. As ocupações fazem parte do Abril Vermelho, uma série de ações realizadas neste mês para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996.
Uma das áreas ocupadas é utilizada pela Embrapa, há mais de 40 anos em regime de comodato, mas pertence à Codevasf, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. De acordo com a Embrapa, o espaço corresponde à parte do Campo Experimental de Caatinga é destinado aos rebanhos de criação extensiva. Porém, Jaime Amorim, da direção nacional do MST, alega que o terreno é improdutivo.
De acordo com a Embrapa, nesse outro terreno reocupado, pela terceira vez, existem "terras agricultáveis e de preservação" da Caatinga. Lá, são realizados trabalhos com sementes e mudas, e produção de plantas para alimentação de rebanhos. Além disso, a empresa alega que são realizados estudos e experimentos com frutas, especialmente o umbuzeiro; além de um espaço de 20 hectares, destinado à realização de um evento bianual de agricultura familiar e tecnologias para o Semiárido. A Embrapa mantém no local uma estrutura permanente, além de cultivos temporários.
A empresa alega que a diversidade de usos das áreas é fundamental para as pesquisas permanecerem conectadas com a realidade dos diferentes perfis de produtores. E diz que permanecerá aberta ao diálogo, mas adotando as medidas cabíveis.
A gente tentou contato com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, para comentar as reivindicações, mas ainda não tivemos resposta.