Justiça decide se PMs do Massacre de Paraisópolis vão a júri popular
A justiça de São Paulo deve decidir hoje se os 13 policiais acusados de envolvimento no caso conhecido como Massacre de Paraisópolis serão levados a júri popular. Na época, uma operação da PM em um baile funk, em 2019, resultou na morte de nove jovens.
Os familiares das vítimas fizeram uma manifestação, na manhã desta sexta-feira (17), em frente ao Fórum, pedindo que os responsáveis pelas mortes nessa operação sejam levados a júri popular.
Danylo Amilcar teve seu irmão morto na operação e lamentou a demora da justiça de levar adiante o caso. “A gente também espera que o processo não demore tanto, porque, infelizmente, vai fazer cinco anos já que os nossos jovens não voltam pra casa, que o meu irmão Denys Henrique não volta para casa. E mesmo assim, a gente sente falta, a gente sente a mesma dor, a gente acha que é tudo muito injusto o que aconteceu”, afirma Danylo.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, que faz a acusação, os 13 PMs assumiram o risco de causar mortes ao provocar tumulto utilizando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, além de fechar as rotas de fuga.
A Defensoria Pública de São Paulo, que atua como assistente de acusação no caso, afirmou que é importante que haja responsabilização dos envolvidos para que violações de direitos humanos como essa não se repitam.
O advogado Fernando Capano, que defende 8 dos acusados, enviou nota afirmando que se solidariza com as famílias enlutadas pelas trágicas mortes dos jovens, mas defende que não há nexo de causalidade entre qualquer conduta por parte dos policiais naquela operação e as lamentáveis mortes ocorridas naquele dia.
Segundo a assessoria do TJ de São Paulo, a audiência – que já começou - deve terminar às 19h.