O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, assinou os primeiros acordos de cooperação do chamado Programa Cria, que, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, quer prevenir o uso de drogas por crianças e adolescentes e o aliciamento de comunidades por organizações criminosas.
Lewandowski afirmou que considera relevantes para o Governo Federal a prevenção das drogas com enfoque na educação e na saúde pública, para além da repressão, na proteção de comunidades vulneráveis.
“Vamos apoiar a capacitação e dar suporte técnico aos profissionais da educação em todo o país. O desafio do governo não é apenas enfrentar a criminalidade com inteligência e força de segurança, mas também fortalecer a resiliência das comunidades vulneráveis diante do assédio do crime organizado”.
Escolas públicas dos estados do Ceará e do Piauí e as cidades paulistas de Araraquara, Cordeirópolis, além da capital paulista, serão os primeiros locais onde o programa será implementado.
A meta, segundo o ministro, é que, até 2026, o projeto esteja presente em 163 municípios prioritários do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania.
Entre as estratégias do Programa Cria, estão o desenvolvimento de habilidades, o fortalecimento de vínculos sociais e novos parâmetros de acolhimento dos estudantes das escolas públicas dos estados e municípios que aderirem à iniciativa.
Lewandowski também destacou a atuação do Centro de Estudos sobre Drogas e Desenvolvimento Social Comunitário, para subsidiar a elaboração e a implementação de políticas públicas, com especial atenção a territórios indígenas e às periferias urbanas.
“Os estudos apresentam elementos concretos sobre o avanço do narcotráfico na região da chama Amazônia Legal, mostrando a dinâmica das organizações criminosas e as conexões com outras atividades ilícitas, como o tráfico de armas, o garimpo ilegal, a grilagem de terras e o desmatamento ilegal”.
Criado em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, os estudos do Cdesc, além de identificaram um aumento da criminalidade violenta associada ao tráfico de drogas na região, mostrou a relação entre redução do desmatamento ilegal e um maior volume de apreensão de drogas, entre 2022 e 2023.