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Justiça

Começa o julgamento de acusados de matarem vereador de Funilândia-MG

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Leandro Siqueira, repórter da Rádio Inconfidência
29/07/2024 - 11:15
Belo Horizonte

O ex-vereador de Belo Horizonte e ex-diretor do sindicato dos motoristas de ônibus e transporte rodoviário da região metropolitana de Belo Horizonte, Ronaldo Batista, será julgado nesta segunda-feira (29/07), acusado de ser o mandante do assassinato do vereador de Funilândia, Hamilton Dias de Souza, em julho de 2020. Além do ex-vereador, serão julgados pelo crime os ex-policiais Antônio Carlos Cesário, Leandro Felix Viçoso e Fernado Saliba Araújo. Também irão a julgamento Tiago Ribeiro Miranda, Felipe Santos Viçoso e Débora Caetano Felix Aragão.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Ronaldo teria encomendado a morte de Hamilton por conta de vingança e disputas sindicais. Os dois teriam sido aliados políticos até 2010 na direção do sindicato, quando houve um rompimento e Hamilton criou um novo sindicato para representar os motoristas de ônibus e de transporte rodoviário. As duas entidades passaram disputar a liderança na representação da categoria e o sindicato de Ronaldo passou a perder filiados e acumular dívidas por ações judiciais financiadas por Hamilton. Essas ações de trabalhadores contra o sindicato teriam resultado em bloqueio de bens e valores em cerca de R$ 6 milhões. 

Conforme as investigações da Polícia Civil, o assassinato de Hamilton foi planejado por cerca de quatro anos e, em julho de 2020, após Ronaldo ser condenado em uma ação judicial a pagar R$ 500 mil, ele teria ordenado a execução do crime e combinado o pagamento de R$ 40 mil. Os acusados teriam armado uma emboscada para Hamilton. Ele foi surpreendido pelos ex-policiais e assassinado com treze tiros dentro de seu carro, no bairro Jardinópolis, na região Oeste de Belo Horizonte. O corpo foi encontrado no mesmo dia. 

Ao longo da investigação, uma operação apreendeu computadores, celulares e documentos no gabinete do vereador na Câmara. Interceptações de mensagens de celular e quebra de sigilos bancários ajudaram na elucidação do crime. Ronaldo foi preso cerca de um mês depois, junto com outras dez pessoas. No total, a Polícia Civil indiciou 11 pessoas pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e organização criminosa, entre outros crimes. 

Ronaldo teve o mandato suspenso na Câmara Municipal. Ele havia herdado a vaga do ex-vereador Cláudio Duarte, que também teve o mandato cassado por crime de rachadinha, em 2019. Na época da prisão, Ronaldo negou envolvimento no crime.
 

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