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Justiça

Caso Marielle: Lessa diz que aceitou assassinar vereadora por ganância

 O depoimento foi suspenso e será retomado nessa quarta
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Fabiana Sampaio - repórter da Rádio Nacional*
27/08/2024 - 21:51
Rio de Janeiro
Ronnie Lessa, suspeito do assassinato da vereadora Marielle Franco, é escoltada por um policial quando ele deixa o departamento de homicídios para prestar depoimento na justiça Rio de Janeiro.
© REUTERS / Lucas Landau /Direitos reservados

Em depoimento, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou que Chiquinho e Domingos Brazão,  réus acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018, são "pessoas de alta periculosidade", “assim como ele foi”.

Lessa é réu confesso da execução dos homicídios e um dos delatores na investigação. Ele prestou depoimento por videoconferência na ação penal aberta pelo Supremo Tribunal Federal, que vai decidir se os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e outros acusados serão julgados como mandantes do crime.

O ex-policial está preso na penitenciária de Tremembé, em São Paulo, e prestou depoimento ao juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Ele foi indicado como testemunha da acusação, que é feita pela Procuradoria-Geral da República.

A defesa de Lessa chegou a pedir que o depoimento não fosse acompanhado pelos irmãos Brazão. Segundo os advogados, o ex-policial quer manter o sigilo de suas falas por estar na condição de delator.

Lessa afirmou que Domingos e Chiquinho Brazão falavam que tinham a "polícia na mão" e disse ter ouvido dos irmãos que Marielle era "uma pedra no caminho" dos negócios de loteamento ilegal na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A conversa teria ocorrido na primeira reunião na qual Lessa recebeu o pedido para matar a vereadora.

Segundo o ex-policial, eles demonstravam "respeito" ao citar o nome de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, que também é réu no processo e acusado de planejar o crime e dificultar as investigações.

Ronnie Lessa também demonstrou arrependimento das execuções de Marielle e Anderson e disse que aceitou realizar o assassinato por "ganância".  Em depoimento de delação, ele afirmou que os irmãos Brazão teriam prometido vantagens ao encomendarem a morte da vereadora.

O depoimento foi suspenso por volta das 19h e será retomado nessa quarta-feira (28). No total, cerca de 70 testemunhas devem depor na ação penal. Os depoimentos dos réus serão realizados somente no fim do processo.

*Com informações da Agência Brasil 

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