O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou a apreensão do celular do ex-assessor, Eduardo Tagliaferro. Ele era chefe do Núcleo de Enfrentamento à Desinformação do TSE, na gestão de Moraes,
A decisão aconteceu após Tagliaferro prestar depoimento à Polícia Federal, em São Paulo, no inquérito que apura o vazamento das conversas publicadas em reportagens do jornal Folha de S. Paulo.
Após o depoimento, como Tagliaferro se recusou a entregar voluntariamente o aparelho, Moraes determinou a apreensão.
Na semana passada, matérias jornalísticas acusaram o ministro de usar "formas não oficiais" de determinar a produção de informações para investigar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro durante as eleições de 2022, período em que Moraes foi presidente do TSE. Após a divulgação, o ministro disse que todos os procedimentos foram oficiais e regulares.
Em maio do ano passado, o ex-assessor foi preso por violência doméstica. Depois, ele foi demitido pelo ministro.
De acordo com as investigações, o celular ficou sob a custódia da Policia Civil de São Paulo até o dia 15 do mesmo mês, quando Tagliaferro foi solto e teve o aparelho devolvido.
Ao justificar a apreensão, Moraes disse que os dados contidos no celular interessam à investigação e são de interesse público.
Segundo o advogado do ex-assessor, Eduardo Kuntz, como Eduardo Tagliaferro é testemunha, não é comum a apreensão de objetos nessa condição.