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Justiça

Lula critica Bolsonaro por insistir em anistia na trama golpista

Presidente afirmou que falar em anistia é admissão de culpa.
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Priscilla Mazenotti – Repórter da Rádio Nacional
27/03/2025 - 08:34
Brasília
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, visita pela primeira vez o centro de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e se reúne com parlamentares das bancadas aliadas.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Antes de deixar o Japão rumo ao Vietnã, na noite dessa quarta-feira (26/3), horário do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar Jair Bolsonaro réu.

“É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país. É visível por todas as provas que ele tentou contribuir para o meu assassinato, para o assassinato do vice-presidente, para o assassinato do ex-presidente da justiça eleitoral brasileira. E todo mundo sabe o que aconteceu nesse país. Não adianta agora ele ficar fazendo bravada, dizendo que está sendo perseguido. Ele sabe o que ele cometeu. Só ele sabe. Ele sabe que não foi correto.“

O presidente Lula criticou o ex-presidente por insistir na proposta de anistia. Segundo ele, pedir anistia antes da condenação é admissão de culpa.

“É um golpe de Estado que sendo julgado. É a conduta desse cidadão que está sendo julgada. Então eu penso que se ele estiver culpado, ele tem que se contentar com a punição. Isso vale para todos os 213 milhões de habitantes. Ao invés de chorar, caia na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a soberania desse país.”

Lula, porém, ressaltou que o Supremo vai fazer o julgamento em função dos autos, com base na investigação, e defendeu que Bolsonaro tenha um tratamento justo, com a possibilidade, inclusive, de ter a presunção de inocência. 

Nessa quarta-feira, o Supremo tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete réus pessoas por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro nega que tenha articulado a minuta de golpe para suspender as eleições de 2022, como atesta a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em coletiva de imprensa após o julgamento, Jair Bolsonaro voltou a atacar as urnas eletrônicas e evitou responder perguntas de jornalistas.
 

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