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Meio Ambiente

Cidades que vivem do turismo sofrem as consequências do vazamento de óleo

Manchas de óleo
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Renata Martins
29/10/2019 - 17:02
Brasília

Praias interditadas. Cidades em estado de emergência.


A mancha de óleo no mar do litoral nordestino aflige comunidades e turistas.


É o caso do município baiano de Cairu, que abriga verdadeiros paraísos, entre eles Morro de São Paulo e a Ilha de Boipeba.


Nesta terça-feira, as praias da cidade foram interditadas devido ao reaparecimento de petróleo que vem pelo mar.


A carioca Denise Nunes pretendia passar cinco dias em Boipeba, mas antecipou a volta para o Rio de Janeiro por causa do óleo que atinge as praias.


“Eu estava na praia de Moreré quando o óleo chegou. De uma hora pra outra, a praia estava limpa, de repente começaram a chegar as manchas de óleo. Todo mundo saindo correndo da água. No dia seguinte já estava proibido ir para Moreré. E aí começou a tomar conta das outras praias, até que hoje estão todas as praias interditadas. Não se pode mais fazer passeio de barco, mergulhar no rio, mergulhar em nenhuma das sete praias da ilha, está tudo proibido. E eu vou ter que ir embora. Ia ficar mais três dias aqui, mas resolvi antecipar a minha ida, porque não tem condições”.


Em Alagoas, a prefeitura de Maragogi decretou estado de alerta máximo no município até 23 de dezembro. O decreto na cidade - considerada o Caribe brasileiro - busca resolver de forma emergencial o recolhimento e destinação ambientalmente corretos de todos os resíduos de óleo que surgirem no litoral maragogiense.


Solemar Vasconcelos leva, de buggy, turistas para conhecerem as praias de Maragogi. A bugueira se preocupa com a ameaça ao meio de vida dela e da comunidade inteira.

 

“Muitas das pessoas que têm reserva, começaram a cancelar. Tudo aqui a gente depende do mar. Porque temos a pesca, que é uma base de economia, e depois vem o turismo. O mergulhador, o bugueiro, o empresário, todo mundo depende do turismo. Isso é muito sério. Temos uma natureza privilegiada, de recife de corais e de manguezais, e isso tudo está super prejudicado por causa das manchas de óleo”.


Na última sexta-feira, o Ministério do Turismo anunciou linha de crédito para pequenos e médios empreendimentos turísticos afetados pelo vazamento de óleo no Nordeste. Os recursos do Fungetur, Fundo Geral do Turismo, será oferecido por meio de agentes financeiros da linha de crédito, com condições diferenciadas de juros e prazos.


Levantamento divulgado pelo Ibama aponta que pelo menos 268 localidades em 94 municípios - dos nove estado do nordeste - já foram atingidos pelo petróleo cru que chega sem origem nem fluxo conhecidos.

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