Vinte e oito jabutis em idade reprodutiva foram reintroduzidos no Parque Nacional da Tijuca, a maior floresta em área urbana do mundo. O local volta a ser habitado por jabutis-tinga, nativos da região, 200 anos após espécie ser considerada extinta.
O jabuti é a terceira espécie a ser reimplantada na Floresta da Tijuca, após a cotia e o macaco bugio. Esses animais são libertados na mata com um radiotransmissor que envia mensagens a um receptor de ondas de rádio. O sistema permite o acompanhamento desse retorno ao habitat natural.
A iniciativa é do Refauna, entidade ligada a Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e o Instituto Federal do Rio de Janeiro. As Instituições reintroduzem, desde 2010, animais que estavam completamente extintos no Parque e são importantes para restaurar a interação e processo ecológico perdidos. O biólogo da UFRJ e pesquisador do Refauna, Marcelo Rheingantz, explica que um dos papéis mais importantes dos jabutis é ajudar na regeneração da flora.
A reintrodução dos animais aconteceu de formas diferentes: Metade dos 28 jabutis-tinga reintroduzidos passaram por um processo de aclimatação em um cercado dentro da área de preservação nos últimos seis meses, onde eram monitorados e alimentados.
Outros 14 jabutis da mesma espécie foram soltos, mas sem passar pela readaptação. Eles saíram direto do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama , em Seropédica, na região metropolitana do Rio, para a mata. O objetivo é verificar se a aclimatação é realmente necessária para a sobrevivência em meio natural dos jabutis.
Outros 32 animais serão devolvidos para a natureza até o final do inverno deste ano, num total de 60 jabutis. O objetivo é avaliar se a estação do ano também interfere na sobrevivência da espécie.