Uma perfuração no solo próximo à barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, foi o gatilho que levou ao rompimento da estrutura da Vale em janeiro de 2019. Essa foi a conclusão de uma perícia contratada pela Polícia Federal que teve o resultado divulgado nesta sexta-feira (26). O rompimento causou a morte de 259 pessoas.
A perícia testou seis hipóteses, entre elas o aumento da pressão da água interna, detonações de minas e alguma ruptura hidráulica durante manutenções.
Segundo o delegado responsável pela investigação, Luís Augusto Pessoa Nogueira, a barragem rompeu por causa de uma perfuração de uma sonda no solo que já alcançava pelo menos 65 metros de profundidade. Segundo o investigador, a Vale fazia a perfuração para colher informações sobre a barragem, na tentativa de melhorar o monitoramento da estrutura.
Ainda de acordo com o delegado, a empresa deveria ter analisado melhor o resultado da primeira etapa do estudo antes de fazer as perfurações. Em nota, a mineradora Vale informou que ainda vai avaliar o teor da perícia para então se manifestar.
Agora, a Polícia Federal vai realizar novas diligências e ouvir depoimentos para dar prosseguimento à investigação. Em janeiro de 2020, há pouco mais de um ano, o Ministério Público de Minas Gerais denunciou em outro inquérito 16 pessoas por homicídio doloso - quando há intenção de matar. São funcionários da Vale, incluindo o ex-presidente da mineradora, Fábio Schvartsman, e empregados da consultoria TUV SUD, responsável pelo laudo de estabilidade da estrutura. Até o momento, ninguém foi punido pelo rompimento da barragem de Brumadinho.