De Bragança para o mundo: farinha do PA ganhou novo reconhecimento
A tradicional farinha do Pará, a farinha d’agua de Bragança, reconhecida internacionalmente, ganhou o selo de denominação de origem "Farinha de mandioca", que é o verdadeiro ingrediente raiz da gastronomia brasileira. De norte a sul do país, os grãos feitos a partir da mandioca ganham cores, texturas e sabores bem diferentes.
As variações podem ser pelo tipo de mandioca, pelo tipo de clima e pela técnica de produção. E em Bragança, cidade às margens do Rio Caetés, no Pará, tudo isso resultou em uma farinha bem especial. Amarela, caroçudinha, crocante, mas que derrete na boca e com uma leve acidez.
Giovanni é secretário da Cooperativa dos Agricultores Familiares e Extrativistas dos Caetés e acumula mais de duas décadas de experiência na produção da farinha de Bragança. Ele tem 36 anos e começou a aprender a técnica quando tinha 8. Conhecimento que veio do pai, que aprendeu com o avô e o avô com o bisavô.
Na verdade, tradição tão antiga que vem bem antes da chegada dos portugueses por aqui. Agora a farinha d´água de Bragança tem registro de propriedade intelectual e ganhou o selo de IG de Indicação Geográfica. Sabe a Champanhe que só pode receber esse nome quando feita em Champanhe, na França? A indicação geográfica é o reconhecimento de que alguns produtos guardam características únicas, uma identidade própria, por serem produzidos no local em que são produzidos.
Bragança produz cerca de 800 toneladas de farinha de mandioca por mês e possui cerca de nove mil produtores locais. Com o passar dos anos, a produção foi ampliada para cidades vizinhas que também estão na área delimitada pela Indicação Geográfica: Augusto Corrêa, Santa Luzia do Pará, Tracuateua e Viseu.
* Com produção de Michele Moreira