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Meio Ambiente

Mês de setembro registra recorde de queimadas em São Paulo

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Eliane Gonçalves - Repórter da Rádio Nacional
10/09/2021 - 19:15
São Paulo

Setembro começou com recorde de queimadas em São Paulo. Depois de três dias de trabalho intenso para conter as chamas na Estação Ecológica do Jataí, no noroeste de São Paulo, o fogo foi controlado. Mas o gestor da estação, Gabriel Santana Pereira, sabe que não dá para baixar a guarda:

A estação ecológica de pouco mais de 9 mil hectares é a principal reserva de remanescentes de cerrado em São Paulo e abriga animais ameaçados de extinção como o lobo-guará e o tamanduá-bandeira. Com as queimadas, metade da reserva foi consumida pelas chamas.

Mas a estação ecológica de Jataí não está queimando sozinha. Em Catiguá, também no noroeste do estado, o fogo que atingiu uma fazenda de cana-de-açúcar levantou tanta fumaça e cinza que as aulas na cidade foram suspensas. Em São Carlos, os focos de incêndio atingiram a estrada que dá acesso a uma represa e leva até a sede da Embrapa na cidade.

Segundo dados do INPE, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, só nos sete primeiros dias de setembro foram registrados 608 focos de incêndio no estado. O número é mais de 37% maior que os incêndios registrados no mesmo período do ano passado, 443 focos de incêndio. Isso porque setembro de 2020 já tinha batido o recorde histórico de incêndios no período nas últimas duas décadas.

O longo período de estiagem é a principal explicação. Mas além da seca, o biológo Felipe Zanusso, que pesquisa a gestão das unidades de conservação do estado de São Paulo,  elenca outros fatores que contribuem para os incêndios, como a prática de soltar balões, mas também alerta para a falta de equipes que atuam para evitar os incêndios florestais, como os guarda-parques.

Os guarda-parques são os profissionais responsáveis por fiscalizar e proteger as unidades de conservação e uma de suas tarefas é combater incêndios. Felipe calcula que em todo o estado não chegue a 100 o número de guarda-parques. O número é menor que o de unidades de conservação, 102 em todo o estado.

Em nota, a Fundação Florestal, responsável pela gestão das unidades de conservação no estado de São Paulo informa que as unidades estão estruturadas para a prevenção e combate aos incêndios e que não há falta de mão de obra. Segundo a nota, além do quadro funcional, todos os vigilantes são brigadistas e neste período de estiagem foram contratadas 15 brigadas de incêndio, formadas por bombeiros civis.

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