Todos os sábados, desde janeiro de 2021, membros das aldeias Alto do Tambá e Forte, na Paraíba, se reúnem para recuperar o rio do Aterro. Ele, que já foi a única fonte de água do povo indígena Potiguara, sofreu com assoreamento ao longo dos anos e ficou sem vida.
Como as promessas de políticos para a revitalização do manancial não foram cumpridas, os potiguaras foram à ação e criaram o Projeto Águas Potiguara. Os voluntários retiram a lama e a aninga, uma planta que obstrui a passagem da água.
Cristina Potiguara conta que, no passado, era no rio que a comunidade realizava atividades do dia a dia, como lavar roupa, e as crianças se divertiam. Com a chegada da água encanada, o rio acabou deixado de lado e foi se degradando.
As atividades se baseiam nas orientações dos mais velhos, explica Cristina, que diz já ser possível ver os peixes voltando.
O assoreamento ocorre quando há um acúmulo de materiais dentro do rio, impactando o leito, explica o presidente da seção paulista da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Luiz Pladevall.
Para revitalizar o rio é necessário fazer a recuperação das margens e a retirada do material, assim como fazem os potiguaras.
*Com produção de Renato Lima