A poluição do ar na capital paulista, nos últimos 22 anos, se manteve acima do indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A constatação está na pesquisa divulgada pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente, que analisou a concentração de três poluentes: o ozônio, os materiais particulados e os óxidos de nitrogênio.
Para se ter uma ideia, os índices numa estação que fica no bairro de Jaraguá, dentro de um parque e longe de emissores poluentes, ficaram duas vezes acima do alerta da OMS. Isso mostra que a poluição em toda a capital paulista é elevada. No estudo, há estações, como o da Marginal Tietê, em que os níveis encontrados ficaram cinco vezes maiores que o recomendado.
A pesquisadora do instituto Helen Sousa lembrou que os principais causadores de poluição são os veículos automotores. E acrescentou que, mesmo com a menor circulação de carros, ônibus e caminhões durante a pandemia de covid, em 2020 e 2021, não ocorreu, na média anual, redução na concentração de poluentes.
A poluição do ar traz uma série de impactos à saúde à população, seja com aumento da mortalidade ou das doenças crônicas. Ainda, segundo a OMS, mais de 7 milhões de pessoas morrem por ano no mundo em função dessa degradação.
Helen Sousa listou três prioridades para que esse quadro seja revertido: distribuição mais igualitária de trabalho e moradia dentro de São Paulo, investimentos em transporte público e, por fim, a transição energética com a troca da frota de veículos menos poluentes.
A pesquisadora disse também que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) monitora a poluição do ar na capital paulista todos os dias, o que possibilitou realizar a pesquisa. Como isso não acontece em muitas outras capitais, é impossível mensurar a situação da qualidade do ar em outras cidades do país.
