A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (8), mandado de prisão contra um empresário pecuarista que extraía ouro ilegalmente no Pará e bloqueou mais de R$ 360 milhões em bens, valores e uma fazenda localizada entre os municípios de Marabá e Curionópolis.
A extração ocorre em uma área estimada em 300 hectares dentro da propriedade.
O empresário, que não teve o nome confirmado, também é acusado de crimes ambientais na propriedade por onde passa a linha de transmissão de energia Xingu-Rio, a maior do mundo. Ao todo, ela tem mais de 2,5 mil quilômetros de extensão e leva energia de Belo Monte até o Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, o acusado já tentou apagar evidências dos crimes ambientais e, por isso, a liberdade dele colocava em risco a obtenção de provas. Nove mandados de busca e apreensão também foram realizados em Goiânia, capital de Goiás, e nas duas cidades que fazem divisa com a fazenda no Pará.
De acordo com as investigações, as movimentações financeiras do empresário apontam a existência de intermediários na venda do ouro extraído ilegalmente. Além disso, o pecuarista não tem permissão de lavra garimpeira ou concessão de lavra, emitida pela Agência Nacional de Mineração, nem dispõe das licenças ambientais.
As investigações começaram a partir de denúncias de moradores e informação da empresa Xingu-Rio que percebeu a extração de ouro se aproximando da linha de transmissão. Em setembro de 2022, a Polícia Federal já havia cumprido mandado de busca e apreensão na fazenda e inutilizado três maquinários usados para transporte de grandes cargas.
Os danos ambientais causados pela extração vão desde desmatamento, contaminação do solo, assoreamento até a contaminação com mercúrio e outras substâncias do rio Sereno, um afluente do rio Tocantins responsável pelo abastecimento de várias cidades. Segundo a PF, o gasto necessário para recompor o dano ambiental causado devido à extração ilegal de minério é estimado em R$ 20 bilhões.