Servidores do Ibama de 4 estados e do DF entram em greve
Servidores federais ambientais de quatro estados - Paraíba, Pará, Acre e Rio Grande do Norte - e do Distrito Federal estão em greve por tempo indeterminado. E de outros 16 estados prometem parar a partir da próxima segunda-feira, dia primeiro.
Segundo a Ascema, associação que representa a categoria, a greve, no entanto, não deve atingir as ações de combate aos incêndios no Pantanal, por se tratar de atividade essencial.
Mesmo assim, o movimento que começou em janeiro em atividades como fiscalização, licenciamento e outras operações de campo - já causa impactos em outras áreas. Por exemplo, o setor de Petróleo e Gás. No Rio de Janeiro, pelo menos dois gasodutos e dez pedidos para a pesquisa e perfuração de poços já foram diretamente afetados, segundo a Associação dos servidores ambientais do estado. Estimativa de queda na produção. 60 mil barris por dia a menos na extração média anual.
Impactos também na fiscalização florestal. Na Amazônia, a área degradada aumentou quase 17 vezes nos quatro primeiros meses do ano em comparação com o ano passado, passando de 408km2 para 7.340 km2. Segundo a Ascema, aumento provocado pelo El NIño, mas agravado pelo déficit orçamentário.
A categoria pede uma reestruturação da carreira, a criação de uma gratificação de atividade de risco e a incorporação dos servidores ambientais na Lei de Fronteira. As negociações começaram em outubro passado, mas estão travadas desde fevereiro, por falta de acordo.
O Ministério da Gestão informou "que aguarda resposta à última proposta feita pelo governo e que continua com o diálogo aberto. A Advocacia Geral da União deve recorrer ao Superior Tribunal de Justiça contra a paralisação.