Drones e Inteligência Artificial podem ser importantes ferramentas no auxílio à coleta de lixo. É o que propõe uma pesquisa da UERJ, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que utiliza os recursos para identificar e interpretar automaticamente quais lugares contém detritos.
Marcelo Musci, engenheiro da UERJ e coordenador do estudo, explica de que modo funcionam as tecnologias.
“O drone é para localizar esses detritos em locais de difícil acesso, onde a visão humana não consegue observar. Coisa que satélite não dá para fazer. Imagem de satélite além de ser muito cara a resolução não é tão boa quanto a de um drone. E como são muitos vídeos, aí o investigador humano teria que ficar olhando vídeo por vídeo, frame por frame, até achar uma coisa que se parecesse com detritos sólidos, com lixo, aí que entra a IA”.
O estudo, feito em várias regiões da zona oeste da cidade, conseguiu identificar e rotular automaticamente imagens contendo vestígios de descarte irregular, com uma eficácia de 92%. De um total de 4.169 objetos, apenas 338 não foram identificados pela máquina.
Musci explica que, se treinada, a máquina de inteligência artificial pode identificar até mesmo lixo orgânico.
“Você tem que treinar essa rede primeiro com o que você quer identificar. Se você treinar essa rede com resíduos orgânicos menores, é claro que o drone vai ter que ter uma altura menor também né, para poder identificar. Mas você combinando isso, ela é capaz de localizar o que você quiser”.
O pesquisador acrescenta que o recurso pode ajudar ainda na gestão da poluição ambiental de resíduos sólidos em águas, como na Baía de Guanabara. E na estratégia de prevenção de enchentes, muitas vezes agravadas pelo acúmulo de lixo.