Nível do Rio Negro sobe e traz recuperação a Manaus
Após uma estiagem recorde, o Rio Negro, que banha Manaus, já subiu 3,37 metros em janeiro, com uma média de 12 centímetros por dia.
Nesta segunda-feira, 27, a cota do Rio Negro alcançou a marca de 22,03 metros.
O período de chuvas na região tem contribuído para a elevação não apenas do nível do Rio Negro, mas também de outros rios da bacia amazônica.
No ano passado, o Rio Negro atingiu 12,11 metros, marcando o recorde histórico em mais de 120 anos de medições.
Por dois anos consecutivos, o Amazonas enfrentou severas estiagens, que afetaram não apenas a paisagem em várias áreas do estado, mas também a logística e até mesmo o funcionamento da praia da Ponta Negra, um dos mais importantes pontos turísticos de Manaus.
Em 2024, mais de 800 famílias foram afetadas. A Defesa Civil realizou a distribuição de insumos para ajudar as comunidades ribeirinhas.
Agora, com a recuperação do nível das águas após o período conhecido popularmente como "repiquete" — marcado pela variação irregular entre seca e cheia antes da subida definitiva —, a normalidade começa a retornar em setores como o turismo, que já apresenta sinais de recuperação no estado.
Um dos exemplos dessa recuperação é a temporada de cruzeiros, que já movimenta a economia em Manaus. Além disso, o transporte de embarcações com insumos para a Zona Franca de Manaus voltou à regularidade.
Durante a seca de 2024, foram construídos dois portos provisórios, no Rio Amazonas e na enseada do Rio Madeira, para dividir as cargas e evitar a interrupção da produção das empresas em Manaus.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil, o período de chuvas tem se mantido dentro do esperado. O órgão também prevê a ocorrência do fenômeno La Niña, que deve aumentar ainda mais o volume de chuvas na região, permitindo que o Rio Negro se recupere da severa estiagem.