Várzea da amazônia ganha torre para monitorar gases de efeito estufa
Pela primeira vez, as emissões de gases de efeito estufa das florestas de várzea passam a ser monitoradas por uma torre construída na região amazônica. A nova estrutura passa a fazer parte de uma rede global de torres que fornecem dados sobre diversos ecossistemas. Atualmente, existem mais de 20 torres em operação na Amazônia, mas esta é a primeira instalada em florestas de várzea.
A estrutura metálica, de 48 metros de altura, fica a mais de 600 quilômetros a oeste de Manaus e se destaca no meio das árvores. A torre está instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a maior área protegida de áreas úmidas continentais do país.
De acordo com os coordenadores do projeto, os sensores capturam os dados ao longo dos períodos de seca e de cheia, onde o nível da água pode variar de 10 a 12 metros por ano.
Segundo os pesquisadores, faltavam ainda esses dados mais específicos, das regiões de várzea, para compreender melhor as emissões de dióxido de carbono, vapor d’água, e especialmente o metano, relacionado ao aquecimento global. O levantamento feito por satélites, sobre a emissão de gases de efeito estufa em ambientes tropicais, também trazia discrepâncias muito grandes.
Além disso, os ecossistemas tropicais, como a floresta amazônica, são responsáveis pela emissão de mais da metade do gás metano vindo de áreas úmidas no mundo.
O projeto de construção da torre teve parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria e da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. A estiagem do último semestre atrapalhou e atrasou a construção da torre, que só foi concluída no final do ano passado, pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
A escolha do local também teve consulta junto às comunidades ribeirinhas. Elas continuarão envolvidas, nos próximos anos, por meio de educação ambiental e interação com estudantes.
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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil"