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Inovação

Detecção de fosfina em Vênus pode indicar presença de vida no planeta

Anúncio foi feito nesta segunda por equipe internacional de astrônomos
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Adrielen Alves
14/09/2020 - 12:01
Brasília
A detecção de uma molécula rara na superfície de Vênus pode ser indicação de organismos presentes no planeta.
© ESO/Nasa/Direitos Reservados®

Se tem uma resposta que a humanidade busca é se estamos sós no Universo!

E se existe vida fora da Terra, como ela seria?

Os extremófilos – aqueles microrganismos capazes de resistir a condições extremas - são os mais cotados.

As respostas podem vir, então, do nosso planeta vizinho: Vênus!

Um grupo de astrônomos anunciou nesta segunda-feira (14) que as nuvens que envolvem o planeta Vênus abrigam uma molécula rara chamada fosfina.

Também conhecida como hidreto de fósforo (PH3), na Terra, esta substância só é liberada – de forma industrial ou pela ação de micróbios que vivem em ambientes sem oxigênio.

Em outras palavras, a descoberta pode apontar para detecção de vida “aérea'' extraterrestre, destaca o ESO - Observatório Europeu do Sul.

O estudo, publicado hoje na revista Nature Astronomy, foi feito em parceria com pesquisadores do Reino Unido, Estados Unidos e Japão.

O primeiro indício da fosfina foi captado em imagens feitas pelo Telescópio James Clerk Maxwell, operado pelo Observatório do Leste Asiático no Havaí.

Daí, veio o passo dois. Confirmar a existência das moléculas que são indicativas de vida. Então, foram usadas 45 antenas do Alma, instalação astronômica no Chile, com um telescópio bem mais sensível, e do qual o ESO é parceiro.

E,os pesquisadores concluíram que esta partícula existe sim em pequenas concentrações na atmosfera de Vênus, cerca de 20 moléculas em cada bilhão.

Com base em cálculos, descartaram que a quantidade observada seria decorrente de processos não biológicos naturais no planeta – como a luz solar, vulcões e relâmpagos, por exemplo.

Eliminada esta possível fonte, os cientistas consideram, então, a possibilidade de um tipo de vida aérea extraterrestre.

De acordo com a equipe, na Terra, sabe-se que as bactérias expelem a fosfina ao retirar fosfato de minerais ou de material biológico, acrescentando hidrogênio.

E segundo o estudo, qualquer organismo no planeta vizinho provavelmente será muito diferente dos primos terrestres, mas eles também podem ser, sim, a fonte deste biomarcador.

Os estudos não páram por aí. A equipe internacional acredita que esta descoberta é bastante significativa, mas reconhece que para confirmar a presença de “vida” é ainda necessário muito trabalho.

Principalmente para achar solução para uma incógnita: a sobrevivência de micróbios nas nuvens ácidas - com cerca de 90% de ácido sulfúrico

Isso é o que repercute o astrofísico e pesquisador do Observatório Nacional, Marcelo Borges.

O Observatório Europeu do Sul aposta nas pesquisas envolvendo Vênus e outros planetas rochosos fora do nosso sistema solar para possíveis pistas sobre a produção da fosfina e claro, sobre indícios de vida fora da Terra.

E quer saber mais sobre o assunto, hoje, logo mais às 19h o Observatório Nacional fará uma live no youtube com o astrofísico Marcelo Borges e Douglas Galante, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais.


 


 

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