Universo: Como pesquisas na Estação Espacial são aplicadas na Terra?
O mês era Novembro, o ano 2000.
Pela primeira vez, o homem chegava à Estação Espacial Internacional, a cerca de 400 km de altitude.
O laboratório na órbita do planeta Terra foi construído em cooperação internacional com 15 países e desde então é palco de experimentos científicos de várias agências.
E para marcar a data, a Agência Espacial Europeia destaca as principais descobertas feitas por lá nas duas últimas décadas.
A maioria, na área da saúde – principalmente a dos astronautas, mas que trazem ganhos para toda a humanidade.
Um experimento que investigava o estresse dos astronautas e o impacto no sistema imunológico, por exemplo, desenvolveu uma técnica para analisar o estado de saúde dos cientistas usando a menor amostra possível de sangue. A tecnologia criada no espaço, hoje está sendo usada pela comunidade médica no cuidado de recém-nascidos em risco.
Outro problema que causa bastante preocupação é a osteoporose, que é acelerada durante o voo espacial. E a doença que torna os ossos frágeis pôde ser estudada durante as missões.
Graças às investigações que mostraram o envelhecimento acelerado dos astronautas, foi possível entender que a acidez aumenta a perda óssea e que ela pode ser combatida com menos ingestão de sal e com pílulas de bicarbonato. Resultado que, na Terra, levaria décadas para ser analisado.
De acordo com a ESA, uma pesquisa com a mistura de líquidos em baixa gravidade tem reflexos na indústria farmacêutica. É que os cientistas analisam a interação de dois líquidos e os resultados são úteis para empresas que desenvolvem medicamentos à base de anticorpos e no tempo de validade destes remédios.
Foram cerca de 400 experiências da Agência Espacial Europeia e outras milhares da Nasa, além da Agência Espacial Canadense, do Japão e da Rússia.