Universo: Experimento sobre digestão no espaço volta à Terra este mês
Água, oxigênio, vida. É o que a curiosidade humana quase sempre busca no espaço. Mas, os estudantes do ensino médio de uma escola de Sorriso, no Mato Grosso, também querem saber como funciona a digestão da lactose em ambientes onde a gravidade é menor do que na Terra, como numa base espacial. Quem explica é o aluno Eduardo Felipe Pagnan Vieira.
“Um dia a gente teve aula de biologia com outra professora e a gente pensou, por que não trabalhar com esse tema. Até chegar nesse que é hoje, intolerância a lactose em microgravidade''
Para isso, os estudantes enviaram ao espaço um tubo separado em três partes. No primeiro tem água; no segundo, lactose, lactobacilos em pó e caldo de carne, para imitar o estômago humano; e no terceiro tem um bactericida.
Um astronauta conduzirá o experimento no espaço. A professora Michele Poleze explica como vai funcionar.
“A água é misturada junto com a lactose e as bactérias e o meio nutritivo, iniciando o experimento. Corta. Depois de 10 dias, o astronauta torna a interagir com nosso experimento. liberando o antibiótico que finaliza o experimento”
O experimento já está na Estação Espacial Internacional. Foi enviado por um foguete no dia 6 de dezembro, de uma base dos Estados Unidos.
De acordo com a aluna Karine Gabriella Ascoli, pode haver uma maior intolerância da lactose no espaço.
“A gente escolheu a lactose pq a gente acha que possa haver influência da baixa gravidade na degradação da lactose. a gente supõe que possa resultar numa intolerância. a gente quer entender se há alguma influência.”
O projeto brasileiro faz parte de um programa dos Estados Unidos, que leva experimentos de estudantes à estação espacial internacional. Tudo é chancelado pela Nasa, a agência espacial norte-americana. E o Brasil é o primeiro país fora da América do Norte a participar, como explica Lucas Fonseca, diretor da missão Garatéa, organização responsável pelo projeto.
Um dos objetivos do projeto é também estimular nos estudantes o interesse pela pesquisa espacial. A aluna Larissa de Oliveira Paes ficou empolgada.
''Pensar que tem algo que eu toquei com minhas mãos dentro de um foguete, lá, com astronautas que estudaram anos pra estar lá e é uma história que a gente vai poder contar pros nossos netos, nossos familiares, e até pras pessoas que acham que não conseguem fazer algo tão extraordinário com pouca idade, é muito incrível mesmo”
O foguete volta à Terra agora em janeiro, quando os alunos poderão analisar os resultados do experimento.