Utilizado em outros países, e inédito no Brasil, um novo contraste para exames de PET Scan está sendo testado no Hospital das Clínicas da UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais.
A novidade é indicada para pacientes em tratamento de câncer de mama, que precisam fazer o mapeamento PET Scan, exame que detecta a presença de células tumorais em outras partes do corpo, o que indica metástase.
O Coordenador do Setor de Mastologia do Hospital das Clínicas da UFMG, Clécio Lucena, explica que, no Brasil, o mapeamento é feito com o marcador de contraste chamado 18F-FDG. Agora, está sendo avaliado se este outro marcador, 18F-FES, é mais eficaz para detectar o avanço ou a eficácia do tratamento de câncer de mama. Mas Clécio Lucena alerta que o PET Scan não é indicado para detectar a doença, e sim para o acompanhamento.
Segundo os pesquisadores, o medicamento utilizado no PET Scan pode ser mais eficaz no combate ao câncer de mama porque tem afinidade com os tumores receptores do hormônio estrogênio. Além disso, o 18-F FES pode detectar metástase, o que poderia não ser indicado no marcador tradicional.
Os pesquisadores perceberam que o novo marcador é capaz de detectar alguns tipos de câncer de mama com crescimento lento ou tumores pequenos, que são pouco captados pelo marcador tradicional, o FDG. Os testes realizados com pacientes do Hospital das Clínicas da UFMG vão analisar se o chamado radiofármaco causa menos efeitos colaterais e se é menos agressivo.
O 18F-FES já é utilizado em outras partes do mundo e pôde ser aplicado pelos pesquisadores da UFMG após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Clécio Lucena, da faculdade de medicina da UFMG, destaca a importância do financiamento de pesquisas, como forma de melhorar a qualidade dos procedimentos médicos para a população.
Caso o uso do 18F-FES apresente maior eficácia e benefícios, poderá ser incorporado pelo SUS para uso na população em tratamento de câncer que precise do exame.
Cabe destacar que o Outubro Rosa alerta para a importância da prevenção. Com a pandemia, os exames de acompanhamento diminuíram consideravelmente e a doença é identificada, nas pacientes, já em estágio avançado. Por isso, é preciso realizar a mamografia periodicamente.