Cientistas brasileiros estão desenvolvendo um exoesqueleto robótico para ajudar pessoas a recuperarem o movimento das pernas. ExoTAO. Esse é o nome do equipamento que está sendo desenvolvido por pesquisadores de São Paulo.
Explicar o nome pode ajudar a entender o projeto. O professor de Engenharia da UNESP, em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, Wilian Miranda dos Santos, explica o nome.
Exoesqueleto é um esqueleto que funciona do lado de fora do corpo. E isso não é nenhum absurdo. Animas como caranguejos, besouros e escorpiões tem esqueletos externos.
Já as órteses são os aparelhos que corrigem ou complementam parte do corpo humano que não estão funcionando bem.
A ideia do ExoTAO é o de ser uma órtese inteligente, um exoesqueleto robótico, programado previamente, que ajude pessoas que perderam o movimento das pernas, como as vítimas de acidentes vasculares cerebrais, a recuperarem a capacidade de locomoção.
Já existem alguns exoesqueletos sendo desenvolvidos em outros países e alguns até já são comercializados. Mas uma das principais diferenças do equipamento que está sendo desenvolvido pelo professor Wilian e outros pesquisadores da USP e da UFSCAR é a transparência. E isso não tem nada a ver com a capacidade de ser atravessado pela luz.
O protótipo que termina de ser concluído também é o primeiro com todas as seis juntas dos membros inferiores: as duas juntas dos quadris, as duas dos joelhos e as duas dos tornozelos.
E aí tem outra característica do ExoTAO. Ele é modular, ou seja, dá para escolher qual parte acoplar ao corpo. Se a perda do movimento foi da perna direita, a pessoa pode abrir mão do módulo esquerdo do exoesqueleto.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2011 quando Wilian entrou no mestrado e passou a integrar o Laboratório de Reabilitação Robótica da USP de São Carlos. Mas, apesar de mais de uma década de trabalho, ainda deve demorar um pouco para o ExoTAO ser adotado por hospitais e clínicas de reabilitação.
Os pesquisadores ainda estudam algumas melhorias, como ajustar a fixação do ExoTAO ao corpo humano, torna-lo mais leve e diminuir ao máximo a interferência do equipamento na locomoção do usuário, a ponto de que uma pessoa sem perda de mobilidade possa carregar o equipamento como se estivesse sem ele.