O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, terá de dar explicações à CPI da Petrobras sobre o grampo encontrado na cela do doleiro Alberto Yousseff na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
A convocação de Cardozo foi aprovada depois que dois policiais federais disseram aos parlamentares, na semana passada, que a escuta foi colocada na cela do doleiro sem autorização da Justiça. Por ser uma convocação, o ministro é obrigado à comparecer à CPI.
O presidente da CPI, Hugo Mota, negou fato político na convocação.
No bloco de mais de 70 requerimentos aprovados pela CPI, estão, ainda, a convocação do empresário Júlio Camargo, um dos delatores do esquema.
Ele era representante no Brasil da Toyo Setal, empresa que alugava navios plataforma para a Petrobras. À Justiça ele confirmou o pagamento de propina a diretores da estatal.
A CPI aprovou, também, a convocação da advogada Beatriz Catta Preta, que faz a defesa do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, e de Paulo Roberto Costa, investigados na Operação Lava Jato.
Quem também será chamado para depor é Adarico Negromonte. Irmão do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte. Ele é suspeito de transportar dinheiro de propina a mando de Youssef.
Foram, ainda, aprovadas as quebras dos sigilos bancários, fiscais e telefônicos de duas filhas, da mulher e da irmã do doleiro Alberto Youssef.
Essas quebras de sigilo já haviam sido aprovadas em Junho, mas foram suspensas por liminar do STF por terem sido aprovadas em bloco. Para evitar nova ação judicial, os deputados votaram, dessa vez, a quebra de sigilo uma a uma.