O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi chamado para explicar na CPI da Petrobras da Câmara dos Deputados as denúncias de escutas ilegais; uma na cela do doleiro Alberto Yusseff, operador do esquema de corrupção da Petrobras; e outra escuta no fumódromo da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná.
Cardozo disse que foi informado das possíveis escutas ilegais, e que duas sindicâncias na própria polícia estão investigando os casos.
Segundo o ministro, as duas sindicâncias estão em estágio avançado, mas a que investiga a escuta no fumódromo da Polícia em Curitiba, estaria mais perto de ser concluída.
O relator da CPI da Petrobras, deputado Luiz Sérgio, do PT, disse que é preciso esperar o resultado das sindicâncias.
O ministro da Justiça informou que não tem acesso aos inquéritos que investigam as escutas ilegais porque elas estão em sigilo.
Deputados da oposição questionaram o ministro sobre os encontros que ele teve com o presidente do Supremo, ministro Lewandowski, e com o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. O deputado do DEM, Efraim Filho, criticou os encontros.
O presidente da Comissão, Hugo Motta, do PMDB, autorizou a condução coercitiva do presidente da Samsung, J. W. Kim, e a convocação do presidente da empresa Mitsui, Shinji Tsuchiya, para agosto.
Ambos deveriam ter comparecido para depor na CPI esta semana. Eles são acusados pelo doleiro Yusseff de pagar propina ao PMDB e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no esquema dos contratos com a Petrobras. O deputado e o partido negam as acusações.