Após mais de quatro meses, o processo contra o presidente da Câmara Eduardo Cunha, no Conselho de Ética por quebra decoro parlamentar entra em uma nova fase: a de coleta provas.
Nessa quarta-feira, o relator Marcos Rogério do PDT de Rondônia distribuiu o Plano de Trabalho e listou 19 testemunhas que serão convidadas à depor, entre elas, o próprio Eduardo Cunha.
Além de Cunha, o relator Marcos Rogério também quer ouvir os condenados no esquema da Lava Jato: Júlio Camargo, Fernando Baiano, Alberto Youssef e Leonardo Meirelles e Eduardo Musa. Isto porque em depoimentos à Polícia Federal, eles fizeram acusações a Eduardo Cunha.
O relator vai solicitar ainda ao Supremo Tribunal Federal, à Procuradoria-Geral da República e ao Banco Central todos os documentos que estão relacionados a Cunha.
De acordo com o deputado Marcos Rogério, o conselho pretende cumprir essa fase no prazo de 40 dias.
Entre as testemunhas que vão ser convidadas pela defesa de Cunha, estão dois advogados suíços. A possível vinda deles ao Brasil provocou polêmica entre os deputados sobre quem vai arcar com o deslocamento.
Na reunião dessa quarta-feira, os parlamentares voltaram a criticar o projeto de resolução assinado por Cunha, que pode alterar a composição do conselho de ética.
Para o presidente do colegiado, José Carlos Araújo, do PSD da Bahia, a medida foi uma manobra de Eduardo Cunha para tentar mudar os membros do colegiado.
O presidente da Câmara Eduardo Cunha se defende.
Cunha é investigado por supostamente ter ocultado contas bancárias na Suíça e mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras, no ano passado.
* Matéria complementada às 22h57.