A Câmara dos Deputados marcou para esta quinta-feira (10) a primeira reunião deliberativa da CPI do Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
O objetivo é investigar as denúncias de fraudes contra a Receita Federal, cometidas por bancos e grandes empresas.
Essas empresas teriam pago propina para manipular os recursos que elas mesmas apresentaram para que as multas por sonegação fossem canceladas pelo Carf, vinculado ao Ministério da Fazenda.
A suspeita de irregularidade no Carf surgiu há um ano, com as investigações da Operação Zelotes. De acordo com a Polícia Federal, 24 pessoas e pelo menos 15 escritórios de advocacia e consultoria são suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção contra a Receita Federal.
No ano passado, o Senado já havia instaurado uma outra CPI do Carf, que pediu o indiciamento de 28 pessoas. Entre elas, o ex-presidente da Mitsubishi no Brasil, Paulo Ferraz.
Segundo os senadores, a Mitsubishi teria conseguido reduzir as multas de R$ 266 milhões para menos de R$ 1 milhão.
O Senado pediu também o indiciamento de Juliano Nardes, sobrinho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, por suspeita de recebimento de recursos de propina pagos por empresas investigadas no esquema.
As empresas que sonegam impostos roubam dos cofres públicos cerca de R$ 500 bilhões por ano. O cálculo é do Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional. Esse valor é tão alto que corresponde a sete vezes tudo o que o país perde com a corrupção.