Tomaram posse os novos ministros do governo: o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, na Casa Civil, Eugênio Aragão, na Justiça, Mauro Lopes, na Secretaria de Aviação Civil, Jaques Wagner, na chefia do Gabinete Pessoal da Presidência da República. Na cerimônia, Dilma reconheceu as dificuldades pelas quais o país passa e explicou que conta com Lula para recolocar o Brasil nos trilhos.
Sonora: "Todo mundo sabe que as dificuldades muitas vezes costumam criar grandes oportunidades. As circunstâncias atuais me dão a magnífica chance de trazer para o governo o maior líder político desse país."
Dilma também comentou a divulgação de uma conversa telefônica entre ela e Lula, onde ela avisa que um funcionário do Palácio do Planalto levaria até ele o documento com o termo de posse, que deveria ser utilizado em caso de necessidade.
Dilma repudiou o fato, e afirmou que o governo vai avaliar as condições do grampo telefônico para verificar a legalidade do ato. E explicou:
"Em que pese o teor absolutamente republicano do diálogo, ele foi publicizado com uma interpretação desvirtuada, e ocultaram o que nós fomos buscar no aeroporto era essa assinatura que está assinado o presidente Lula, mas não tem a minha assinatura, portanto, isso não é posse, a posse ocorreria aqui."
A gravação da conversa entre Lula e Dilma repercutiu entre os juristas. Segundo o professor de Direito da Universidade de Brasília, Marthius Lobato, apenas o Supremo Tribunal Federal pode autorizar investigação envolvendo um presidente da República.
Sonora: "Qualquer escuta de um presidente da República não pode ser feita sem uma necessária ou prévia autorização judicial para isso, mesmo que um terceiro esteja sendo grampeado, sendo investigado, tenha participação em uma conversa com a presidenta da República, essa conversa imediatamente tem que parar e ser deslocado ao Supremo Tribunal Federal."
Na cerimônia de posse dos novos ministros, Dilma era aplaudida e os convidados gritavam palavras de ordem contra o juiz Sérgio Moro e a Rede Globo e a favor do ex-presidente, de Dilma e do governo.
No início do evento, houve confusão. O deputado do partido de oposição Solidariedade, Major Olímpio, gritou “é uma vergonha”, quando Dilma assinou o termo de posse de Lula. O deputado foi criticado pelos militantes, chamado de golpista, e foi retirado pelos seguranças.
O vice-presidente, Michel Temer, não compareceu à cerimônia.