Após o juiz federal Sérgio Moro retirar o sigilo da Lava Jato, foi divulgada nessa quarta-feira uma gravação telefônica entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente e agora ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva.
A ligação telefônica ocorreu a 1h32 da tarde dessa quarta-feira. Cerca de cinco horas antes da nomeação ser publicada na edição extra do Diário Oficial. A conversa é sobre o termo de posse de Lula.
Para o advogado de Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Martins, a divulgação do áudio é uma arbitrariedade.
No fim da noite, a Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto divulgou uma nota em que repudia com veemência a divulgação da conversa que, segundo a nota, afronta direitos e garantias da Presidência da República.
O texto confirma também que Lula toma posse logo mais às 10 horas no Palácio do Planalto junto com outros ministros.
Sobre a conversa grampeada, a Presidência diz que o documento seria enviado a Lula, pois ele não sabia se iria comparecer a cerimônia de posse coletiva, e que deveria ser assinado caso ele não pudesse estar presente.
Por fim, a nota informa que serão tomadas medidas judiciais e administrativas para a reparação da flagrante violação da lei e da Constituição da República que teria sido cometida pelo juiz federal Moro.
Antes da divulgação do grampo telefônico, Dilma conversou com os jornalistas no Palácio do Planalto. Ela negou que a nomeação de Lula seja uma tentativa de blindar o ex presidente das investigações sobre a Lava Jato. A presidenta afirmou ainda que Lula vai ser um ganho para o governo.
Segundo Dilma os ministros, Aloizio Mercadante, da Educação, Nelson Barbosa, da Fazenda, e Alexandre Tombini, do Banco Central, não saem do Governo.