O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado federal e ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal (DF) Izalci Lucas Ferreira, do PSDB.
O parlamentar é acusado de participar de uma suposta organização criminosa que teria desviado recursos públicos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal. Os dados que serão investigados são do período de 2009 a 2011.
De acordo com decisão do ministro do STF Edson Fachin há fortes indícios de que o deputado tenha participado de esquema de enriquecimento por meio do desvio de verbas do Programa de Inclusão Digital do DF.
Um inquérito do Ministério Público Federal (MPF) aponta que Izalci, enquanto era secretário de Ciência e Tecnologia, entre 2007 e 2010, teria firmado contrato sem licitação com a FGL, Fundação Gonçalves Lêdo.
O contrato previa repasse de R$ 135 milhões para a empresa em cinco anos. O desvio, à época, teria sido de R$ 30 milhões.
O MPF chegou até o parlamentar após uma perícia no computador do ex-dirigente da fundação Reginaldo Silva Pereira Filho, durante Operação da Polícia Civil, em 2012, chamada de Firewall.
Ainda de acordo com o Ministério Público, há indícios de que Izalci Lucas Ferreira tenha utilizado os funcionários da FGL para atender interesses pessoais durante a campanha eleitoral de 2010.
Em nota, o deputado Izalci afirma que recebeu com surpresa, mas absoluta serenidade, a decisão do ministro Edson Fachin, e destacou que os dados bancário e fiscal sempre estiveram disponíveis e que bastava uma solicitação da autoridade competente.
O deputado negou que, na condição de Secretário de Ciência e Tecnologia à época, tenha firmado qualquer contrato com a fundação investigada.
