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Política

Comissão do Impeachment descarta usar gravações de Machado

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Lucas Pordeus Leon
03/06/2016 - 08:44
Brasília

Numa sessão que durou quase nove horas nessa, quinta-feira (2), a Comissão do Impeachment rejeitou incluir no processo as gravações e a delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.


A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff queria acrescentar nos autos a conversa de Machado com o senador Romero Jucá, do PMDB.


O relator, senador Antônio Anastasia, do PSDB, argumentou que o áudio não tem relação com a denúncia do impeachment.


O advogado de defesa, José Eduardo Cardozo, disse que a gravação é uma prova do desvio de poder e que não incluí-la no processo é cercear o direito da defesa.


Cardozo disse que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra essa decisão. O senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB, rebateu dizendo que as gravações de Sérgio Machado são posteriores aos crimes atribuídos à Dilma Rousseff.


A Comissão do Impeachment aprovou a sugestão do relator. Anastasia acatou 20 requerimentos e rejeitou o restante, entre esses, foi rejeitada a convocação de Romero Jucá e do deputado Eduardo Cunha, do PMDB. Ele alegou que essas questões são estranhas ao processo.


Em protesto contra a rejeição de requerimentos e votação em bloco dos pedidos, a defesa da presidente afastada e os senadores contrários ao impeachment abandonaram a comissão antes da votação.


A senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB, acusou a comissão de querer antecipar o processo para que os senadores não mudem de voto em relação ao impeachment.


O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima, diz que a oposição quer impedir o julgamento no senado.


Outro impasse da comissão, nessa quinta-feira, foi sobre o calendário. O presidente do colegiado, senador Raimundo Lira, do PMDB, aceitou uma questão de ordem para antecipar em 20 dias a votação final do impeachment, que estava marcada para o dia 2 de agosto.


Cardozo criticou a antecipação da data.


O presidente da comissão, Raimundo Lira, argumentou que antecipar não tira o direito à defesa.


O presidente da comissão preferiu deixar essa decisão com presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski. Nesta fase do impeachment, os senadores e a defesa podem recorrer ao presidente do Supremo. A próxima reunião da comissão foi marcada para segunda-feira (6).

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