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Política

Delação de Cerveró à Lava Jato inclui Dilma e filho de FHC

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Priscilla Mazenotti
03/06/2016 - 08:19
Brasília

Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró cita diversos políticos. Entre eles, a presidente afastada Dilma Rousseff e outros já investigados pela Lava Jato.


Ele afirmou que os integrantes do Conselho de Administração da Petrobras, na época da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, entre eles a então ministra de Minas Energia Dilma Rousseff sabiam das cláusulas do contrato de compra.


Segundo Cerveró, não corresponde à realidade a informação de que Dilma Rousseff somente aprovou a aquisição porque não sabia dessas cláusulas.


Em nota, a presidente afastada disse que dentre os membros do conselho estavam renomados economistas e empresários sem qualquer vinculo com o governo federal.


Dilma disse, ainda, que a decisão de autorização da compra da Refinaria da Pasadena foi tomada por unanimidade no Conselho de Administração.


A decisão do conselho estava alinhada com o Plano Estratégico Petrobras e seguiu os procedimentos regulares previstos no estatuto social da empresa, acrescentou a presidente afastada.


Cerveró também falou sobre supostas irregularidades ocorridas durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardozo. Disse que fechou a contratação de uma empresa ligada ao filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, por orientação do então presidente da Petrobras Phillipe Reichstul.


Em 1999 ou 2000, negociações com o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, davam conta da contratação de uma empresa espanhola em um projeto da TermoRio, usina termelétrica operada pela estatal.


Mas, segundo Cerveró, a empresa do filho de FHC acabou sendo contratada.


Em nota, o Instituto Fernando Henrique Cardoso informou que não conseguiu contato com o ex-presidente, que está em viagem ao exterior.


O teor das declarações foi divulgado depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, retirou o sigilo das investigações. Em troca da colaboração, Cerveró poderá deixar a prisão no dia 24 de junho, mas deverá devolver aos cofres públicos R$ 17 milhões de reais, como forma de ressarcimento.

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