O ex-conselheiro do Carf, Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, Leonardo Siade Manzan, negou ter envolvimento no esquema de compra de sentenças do órgão.
Em depoimento à CPI do Carf, na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, ele afirmou que o valor R$ 1,5 milhão apreendido por agentes da Polícia Federal na casa dele havia sido pago como honorários advocatícios.
O deputado Joaquim Passarinho, do PSD, rebateu os argumentos apresentados pelo ex-conselheiro.
A convocação de Manzan ocorreu porque ele é sócio da SBS Consultoria Empresarial, empresa que, segundo a Polícia Federal, teria sido usada para práticas criminosas, como corrupção de conselheiros e lavagem de dinheiro do esquema.
Também foi ouvido pela CPI Hugo Rodrigues Borges, ex-funcionário do escritório de advogacia de José Ricardo, que era conselheiro do Carf. Borges admitiu que o escritório recebia quantias altas, em torno de R$ 500 mil, mas afirmou que não lembra da presença de políticos no local.
Ele declarou, no entanto, que a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra e o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, frequentavam o escritório.
A Operação Zelotes, deflagrada em março do ano passado pela Polícia Federal, investiga organizações criminosas que atuavam junto ao Carf para manipular o resultado de processos e julgamentos envolvendo empresas que queriam anular multas emitidas pela Receita Federal.