No próximo domingo (2), os moradores do município de Melgaço (PA) irão às urnas eleger o novo prefeito e 11 vereadores. A cidade tem hoje o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do país: 0,418.
Esse índice mede a qualidade da educação, saúde, saneamento básico e mobilidade, por exemplo. Quanto mais perto de 1, melhor.
A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica o IDH do município como “muito baixo”. Se Melgaço fosse um país, teria o nono pior índice de desenvolvimento humano do mundo, junto a países marcados por guerras, epidemias e extrema pobreza, como Serra Leoa, Guiné e Níger.
A esperança de um futuro melhor está nas mãos de 16 mil 317 eleitores. O promotor de Justiça José Ilton Moreira Junior avalia que os melgacenses estão cientes dessa responsabilidade.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o território de Melgaço ocupa 6 mil e 800 quilômetros quadrados e concentra 26 mil e 600 habitantes, sendo cerca de 20 mil na área rural.
Os indicadores sociais preocupam o Ministério Público. A renda média dos habitantes é de R$ 127 por mês. Um em cada cinco moradores de Melgaço, com 15 anos ou mais, não sabe ler e escrever.
Já quem chega à escola encontra outras dificuldades, como dificuldade de transporte, relata o promotor.
O problema de transporte não atinge só os estudantes. Melgaço fica a apenas 300 quilômetros da capital, Belém. Mas ir de uma cidade a outra é uma longa viagem: demora quase três dias.
José Ilton Moreira Junior destaca que, entre as atribuições do município, a situação mais crítica é exatamente a mobilidade.
Três candidatos concorrem à vaga de prefeito e outros 97 disputam uma das 11 vagas na Câmara de Vereadores de Melgaço.
O que será que eleitores da cidade com o maior IDH do país esperam dos novos gestores? A repórter Eliane Gonçalves foi atrás dessa resposta e você vai ouvir na reportagem de amanhã (30).