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Política

Trabalhadores e estudantes de Manaus protestam contra PEC 55

Manifestação
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Bianca Paiva
11/11/2016 - 17:03
Brasília

Um protesto contra a PEC, Proposta de Emenda à Constituição, que limita os gastos públicos em 20 anos, reuniu, nesta sexta-feira, no centro de Manaus, membros de movimentos sociais e de entidades trabalhistas e estudantes. A manifestação faz parte de uma mobilização nacional, o Dia de Lutas e Paralisações.

 

Com carro de som, faixas e cartazes, os participantes chamavam a atenção para as consequências da PEC, que já foi aprovada na Câmara dos Deputados e tramita no Senado. Segundo a presidente da CTB, Central dos Trabalhadores do Brasil, no Amazonas, Ísis Tavares, o movimento também quer conscientizar a população.

 

Sonora: "Nós queremos esclarecer a população que sabe o que é a PEC, mas está com uma versão oficial de que isso é pra melhorar os gastos, economizar, o que não vai ser. Na verdade, estão cortando justamente do que o governo menos gasta, que são os gastos primários, saúde, educação, moradia, assistência social, funcionalismo público. O que onera é a dívida pública, os encargos financeiros dessa dívida, que o governo continua aumentando."

 

A manifestação enfatizou, principalmente, os prejuízos para a educação relacionados à PEC e outras medidas do governo para o setor, como a reforma do Ensino Médio e o Projeto de Lei “Escola Sem Partido”, que vem sendo chamado de Lei da Mordaça. É o que ressalta Lambert Melo, do Sindicato de Professores e Pedagogos de Manaus.

 

Sonora: “A PEC 241, que agora no Senado é a PEC 55, congela os gastos públicos, principalmente, da saúde e da educação, por 20 anos. E isso é um golpe mortal contra o avanço e a melhoria da qualidade do ensino no Brasil todo. Além disso, tem projetos, como a Lei da Mordaça, que atinge diretamente os professores, buscando calar os professores na sala de aula, para que eles não se posicionem mais, não formem mais a consciência crítica dos alunos. Isso é bastante perigoso para caminhar para o autoritarismo”.

 

Para o professor de Comunicação Social da Ufam, Universidade Federal do Amazonas, Tom Zé Costa, os trabalhadores são os mais prejudicados pelas medidas que o governo pretende implementar para contornar a crise econômica.

 

Sonora: "Hoje é um dia que nacionalmente foi decidido por várias categorias para que fosse feita essa paralisação para mostrar para o governo como a gente está indignado com as medidas que ele está adotando para poder salvar o país do buraco. O problema é que ele quer salvar o país do buraco, colocacando a classe trabalhadora, quem ganha salário, mais no buraco."

 

A estudante de Ciências Sociais, da Ufam, Juliana Pereira, diz que a situação financeira das universidades é preocupante e teme que os recursos diminuam ainda mais.

 

Sonora: “A educação no Brasil está ameaçada porque nós estamos perdendo os nossos investimentos. O gasto com educação não é uma perda e sim um investimento. Se o país quer avançar nas políticas e públicas e ter melhorias, ele tem que investir em educação. Nós estamos perdendo nossas bolsas de iniciação científica, de mestrado, doutorado. A nossa universidade está ficando sem recursos até para os materiais mais essenciais, como papel higiênico e copo descartável."

 

Após a concentração na Praça Heliodoro Balbi, conhecida como Praça da Polícia, os manifestantes fizeram uma caminhada de cerca de três quilômetros pelas ruas do centro da cidade para reforçar o protesto junto a população.

 

*Procurado pela Agência Brasil, o Palácio do Planalto informou que respeita e considera as manifestações democráticas, mas não comentará nenhuma delas.

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