Retrospectiva: Cunha e Renan enfrentaram ameaças ao comando da Câmara e do Senado
O ano de 2016 foi marcado por um personagem polêmico: Eduardo Cunha. Na presidência da Câmara dos Deputados, logo travou uma queda com o Palácio do Planalto e colocou em votação projetos que não eram de interesse do governo, as chamadas pautas bomba.
Ao mesmo tempo, lutava para se manter no cargo e começava um embate com o Supremo Tribunal Federal (STF). No Conselho de Ética, um processo que foi o mais longo da história do colegiado. Foram 11 meses ou mais de 330 dias. Foram várias reviravoltas, manobras regimentais e questionamentos à Comissão de Constituição e Justiça.
Eduardo Cunha afirmou mais de uma vez que era inocente e que não renunciaria ao mandato. Mas foi o Supremo que determinou o afastamento da presidência da Câmara. O argumento: que ele estava interferindo na Lava Jato, operação da qual é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas por ter mantido contas secretas na Suíça.
Já no Senado, o embate entre Renan Calheiros e o STF marcou, neste segundo semestre, uma crise entre o Legislativo e o Judiciário. Renan torna-se réu pelo crime de peculato. Dias depois, uma liminar do ministro Marco Aurélio determina a saída dele da presidência da Casa. Ele sequer chegou a assinar a notificação. E, no dia seguinte, o STF decidiu mantê-lo na presidência da Casa. Como resposta, Renan Calheiros prometeu colocar em votação projetos como o que aumenta pena para autoridades que cometerem abusos. projeto que foi criticado por magistrados e juízes. Pressionado, acabou retirando a proposta de pauta e a encaminhou para análise da Comissão de Constituição e Justiça.