Joesley Batista, dono da JBS, disse que pagou R$ 30 milhões para que Cunha pudesse comprar o apoio de outros deputados na eleição à presidência da Câmara, em 2015.
Após a eleição, Cunha teria continuado recebendo repasses de até R$ 600 mil e, posteriormente, R$ 400 mil, mesmo depois de preso.
Na delação, Joesley citou que pelo menos cinco parlamentares teriam recebido propina para barrar o impeachment, a pedido do deputado João Bacelar (PR-BA).
De acordo com o empresário, a senadora Marta Suplicy, do PMDB de São Paulo, recebeu R$ 1 milhão da JBS para campanha eleitoral, sendo metade desse valor em dinheiro. Após a eleição, a senadora teria pedido R$ 200 mil por mês.
O senador José Serra, do PSDB de São Paulo, também foi citado na delação da JBS como tendo recebido R$ 20 milhões para campanha, sendo parte desse recurso em notas frias.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), está entre os mencionados pelo diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F, Ricardo Saud. De acordo com ele, Eunício teria recebido R$ 5 milhões para contribuir com a aprovação da medida provisória de desoneração da folha de pagamento das empresas.
Saud também citou o ex-senador Delcídio do Amaral como parlamentar que teria recebido uma espécie de mensalinho de R$ 500 mil para ajudar na aprovação de propostas e contratos favoráveis ao grupo empresarial.
Os citados nessa reportagem foram contactados, mas ainda não se pronunciaram.
* A senadora Marta Suplicy, do PMDB de São Paulo, divulgou nota em que nega recebimento de contribuições mensais ou recursos para caixa 2 de campanha. Marta reconhece, apenas, o recebimento de doações oficiais da JBS para campanha eleitoral.