O histórico julgamento do pedido de cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer, eleita em 2014, foi marcado por momentos inusitados. O filho do ministro Napoleão Nunes Maia foi expulso do plenário ao entrar com uma camisa polo, quando só é permitido acesso de terno e gravata.
O episódio irritou o filho do ministro e gerou tensão, pois não se sabia quem era o rapaz que não estava com roupas adequadas, exigidas pelo tribunal. Antes de proferir o voto, Nicolau fez questão de esclarecer que o filho foi apenas levar fotos da neta e criticou sites que afirmaram que um “homem misterioso” havia entregado um envelope para o ministro.
Napoleão Nunes Maia também protagonizou outra cena inusitada, quando desejou a degola de delatores da OAS e da JBS que o citaram em depoimentos.
A chamada ira do profeta pelo ministro foi sinalizada com o gesto de passar a mão no pescoço, sinalizando uma decapitação.
Outro momento incomum foi quando o procurador eleitoral, Nicolau Dino, pediu a suspeição do ministro Admar Gonzaga, sob o argumento de que ele foi advogado da campanha de Dilma Rousseff em 2010. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, condenou o pedido.
O ministro Admar Gonzaga se defendeu dizendo que o trabalho de advogado dele se encerrou em 2013 e não atrapalha o julgamento. Admar foi o último ministro a entrar no TSE, já indicado pelo pelo presidente Michel Temer.
Por unanimidade, os ministros negaram suspender Admar, mas o relator Herman Benjamin ressaltou que é preciso mudar a forma de compor os tribunais eleitorais.
Associações de procuradores saíram em defesa de Nicolau Dino e criticaram a postura de Gilmar.
Depois de se arrastar por mais de dois anos, o julgamento da ação do PSDB que pedia a cassação da chapa Dilma/Temer terminou com a absolvição dos acusados por 4 votos a 3.