O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, esteve na manhã deste sábado (01) no congresso da Abraji, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, onde respondeu a perguntas de jornalistas e do público presente.
Sobre a escolha da procuradora Raquel Dodge como sua sucessora, tendo sido segunda na lista tríplice, Janot afirmou que a opção do presidente Michel Temer foi legítima. Ele salientou que em suas campanhas anteriores para procurador-geral, sempre defendeu que, mesmo que o presidente tivesse escolhido outro nome na lista, sendo ele o primeiro, apoiaria a decisão.
Sobre a decisão do Supremo de devolver o mandato ao senador Aécio Neves e colocar o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures em prisão domiciliar, disse que isso faz parte do jogo e mostra que as instituições estão funcionando. E que decisão judicial se cumpre, discordando ou não.
Perguntado sobre o que mais o impressionou nesse período como procurador-geral, ele respondeu que não imaginava a extensão da atividade criminosa de altos dignitários da República e que mesmo após a prisão de Delcídio do Amaral, que na época era líder do governo no Senado, pessoas continuaram cometendo a mesma prática delituosa à luz do dia.
Janot sairá do cargo no dia 17 de setembro. Até lá, ele deve apresentar mais duas denúncias contra o presidente Michel Temer. Ele afirmou que há no momento duas linhas de investigação: uma de obstrução de Justiça e outra de organização criminosa, mas reiterou que não poderia dar mais detalhes além disso.