A defesa do ex-deputado Eduardo Cunha encaminhou nessa quarta-feira (5) um questionário ao presidente Michel Temer.
O presidente foi arrolado pela defesa de Cunha como testemunha na ação penal que corre em Brasília. A ação apura um suposto esquema de corrupção no Fundo de Investimentos do FGTS, administrado pela Caixa Econômica Federal.
De acordo com o documento, Temer tem "preferencialmente” 10 dias para responder ao interrogatório.
A lista inclui perguntas como se o presidente teve conhecimento de pagamentos de vantagens indevidas para a liberação do fundo. Questiona também sobre a nomeação do ministro Moreira Franco para a vice presidência da Caixa em 2007, durante o governo do ex presidente Lula, ou se Temer tem conhecimento da participação de Eduardo Cunha em alguma irregularidade envolvendo as obras financiadas pelo fundo.
O deputado cassado Eduardo Cunha, o ex-ministro Henrique Alves, o doleiro ligado à Cunha Lúcio Funaro e mais 2 empresários são acusados de receber propina para viabilizar projetos que financiaram, por exemplo, o porto do Rio de Janeiro para a Olimpíada.
Esse esquema de corrupção, segundo o Ministério Público, era feito com recursos do fundo FI FGTS para as obras.
O caso tramita na Justiça Federal do Distrito Federal, sob os cuidados do juiz Vallisney de Souza Oliveira.
Neste mesmo processo, Lula e o ex-prefeito Eduardo Paes também prestaram depoimento como testemunhas de Eduardo Cunha. Tanto Lula como Paes negaram conhecimento sobre esse suposto esquema. Já o ex presidente da Odecrecht, Marcelo Odebrecht que também depôs na ação, disse que Cunha tinha, na época, influência na Caixa Econômica Federal.
Eduardo Cunha, Henrique Alves e Marcelo Odecrecht estão presos.
Até o fechamento desta edição, o Planalto afirmou que o documento não tinha sido protocolado.