Funaro diz que MPF não aceitou condição de delação; Moreira Franco nega fraudes na Caixa Econômica
O doleiro Lúcio Funaro, que está preso há mais de um ano por envolvimento em irregularidades em operações financeiras na Caixa Econômica Federal, informou nessa quarta-feira (16) que ainda não fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
De acordo com Funaro, o impasse está no tempo que ele ficará detido. Sem entrar em detalhes, o doleiro disse que o MPF não aceitou a proposta que ele fez para reduzir o período na cadeia. Atualmente, Lúcio Funaro está preso no presídio da Papuda, no Distrito Federal.
Funaro fez as declarações a um grupo de jornalistas, após acompanhar o depoimento do ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Moreira Franco. O ministro falou como testemunha de defesa do ex-deputado Eduardo Cunha, do PMDB, que também está preso.
Moreira Franco disse que não tomou conhecimento de pagamento de vantagens indevidas nas negociações do Fundo de Investimento do FGTS, investigadas pela Operação Sépsis.
A defesa de Eduardo Cunha quis saber se Moreira Franco influenciou alguma decisão sobre as aplicações de recursos do FGTS. Isso porque o ministro foi vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica nos anos de 2009 e 2010.
Essa vice-presidência seria uma das responsáveis por supostas fraudes, investigadas por uma outra operação, a Cui Bono. Por isso, os advogados questionaram se a gestão da Caixa Econômica favoreceu doadores de campanhas do PMDB. Moreira Franco negou todas as suspeitas.
Além de Cunha e Funaro, as operações Sépsis e Cui Bono já prenderam outros dois peemedebistas: o ex-deputado Henrique Eduardo Alves e ex-ministro Geddel Vieira Lima, que agora cumpre prisão domiciliar.
O juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara no Distrito Federal, perguntou se algum dos investigados teria pedido recursos ilícitos para as campanhas do partido. Moreira Franco disse que não se envolvia com a captação de dinheiro e descartou a possibilidade de ilegalidade.