O governo lançou o Programa Avançar para concluir obras públicas até o fim do ano que vem, quando termina o mandato do presidente Michel Temer. São 7.400 obras, com investimento total previsto em mais de R$ 130 bilhões.
O Avançar foi um dos temas do programa A Voz do Brasil, que, nessa quinta-feira (9), entrevistou Michel Temer. Foi a segunda vez, em 55 anos de história, que A Voz do Brasil entrevistou um presidente no exercício do mandato. O primeiro foi Fernando Collor de Mello, em 1990.
Temer destacou quais obras farão parte do Programa Avançar.
Sonora: “Ao todo são 3 mil municípios atendidos, vamos ampliar aeroportos incluindo pequenos terminais, vamos recuperar mais de 50 mil quilômetros de estradas e duplicar mais de 500 quilômetros de rodovias e estamos prevendo finalizar várias obras em ferrovias, hidrovias, portos para escoar melhor nossa produção reduzindo custos para não ter inflação dos alimentos.”
O Avançar será coordenado pelos ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e do Planejamento, Dyogo Oliveira. Nos discursos, os dois ministros asseguraram que não faltará dinheiro, porque as obras já são contempladas no Orçamento.
As ações se dividem em três eixos: o Avançar, com 6.200 obras nas áreas social, de infraestrutura e de defesa; o Avançar Cidades, com 1.100 projetos de habitação, saneamento e mobilidade; e o Avançar Energia, com cerca de 100 obras nas áreas de petróleo e gás, geração e transmissão de energia elétrica.
Os ministros fizeram questão de dizer que o Avançar não se confunde com o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, que marcou as obras de infraestrutura nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Uma diferença é que, enquanto o PAC incluía ações do governo e da iniciativa privada, o Avançar contempla apenas obras públicas – o que permite ao governo ter mais controle sobre os gastos e as obras.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, apontou outras diferenças. O Avançar já começa com orçamento garantido e vai concluir, em vez de iniciar as obras.
Sonora: “Não cabe a esse governo, me parece, lançar iniciativas. Quando nós assumimos havia inciativas em excesso que levariam no mínimo 15 anos. Grande parte obra nem iniciada, projeto em papel. Não foi a nossa opção aqui, pela dificuldade do ajuste fiscal, pela necessidade de focalização dos recursos, de dar eficiência. A opção foi lançar um programa de conclusão de obras.”
O maior número de obras vai ocorrer nos estados do Nordeste. São quase 3.200 ações, ao custo de R$ 19 bilhões. Em seguida vem o Sudeste, com 1.900 projetos, mas que exigirão o maior investimento: mais de R$ 52 bilhões.
O programa Avançar tem uma página na internet e um aplicativo para celulares e tablets. São ferramentas de fiscalização e controle ao alcance de quem quiser interagir, enviando perguntas e sugestões.