Nos últimos anos o Brasil tem conseguido recuperar parte dos valores desviados dos cofres públicos pela corrupção. Mas você sabe para onde vai esse dinheiro?
O ministro substituto da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, explica que os valores podem ter destinos diferentes dependendo do caso.
Se o dinheiro foi desviado de uma empresa estatal, como a Petrobras, o montante recuperado será destinado à companhia.
O ministro também diz que o órgão já assinou dois acordos de leniência com empresas envolvidas na Operação Lava Jato.
Os atos somam mais de R$ 580 milhões que devem ser devolvidos aos cofres públicos ao longo dos anos. Desse total, a Controladoria já recuperou R$ 35 milhões em processos administrativos.
O valor ainda é pequeno perto do que a Força-Tarefa da Lava Jato conseguiu garantir por meio de ações na Justiça. Até agora, os procuradores já firmaram compromissos com empresas e réus que somam quase R$ 11 bilhões.
O valor equivale a quase quatro vezes o orçamento do Ministério da Cultura neste ano. Do total, foram devolvidos, de fato, R$ 800 milhões.
O montante surpreende em um momento de crise financeira no país. A dúvida que surge é se esse dinheiro pode ser revertido em serviços ou investido em saúde e educação.
O procurador Paulo Galvão, do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, explica que não há uma determinação da lei nesse sentido. Ele destaca que uma parte dos valores é destinada ao Fundo de Direitos Difusos e pode ser investida em órgãos de combate à corrupção.
Enquanto muitos comemoram os valores recuperados, alguns questionam por que o montante devolvido ainda é pequeno. Acompanhe na reportagem desta sexta-feira (8) as dificuldades para se identificar e determinar a devolução de todo o dinheiro desviado.