Comissão de Ética Pública aplica censura a ex-ministro e a ex-vice-presidente da Caixa
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu nesta segunda-feira, por unanimidade, aplicar censura ética ao ex-ministro da Indústria, Marcos Pereira, com base em conversa gravada entre o executivo da JBS, Joesley Batista, e o atualmente deputado federal, que também é presidente do PRB.
Na conversa, são citados números considerados como possíveis valores de propinas. De acordo com o presidente da Comissão de Ética, Mauro Menezes, os esclarecimentos da defesa foram considerados insuficientes.
Também foi considerado que Pereira cometeu uma transgressão ética ao conversar com Joesley sobre negócios do empresário na Argentina. O executivo pede que seja dificultada a entrada de concorrentes brasileiros no ramo de calçados do país, para beneficiar uma empresa de Batista. O deputado Marcos Pereira foi procurado, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.
A censura ética não tem uma consequência jurídica e não se relaciona a processo criminal. A função é marcar o currículo da autoridade com a advertência, segundo o presidente da Comissão, Mauro Menezes.
A comissão também aplicou censura a Antônio Carlos Ferreira, um dos quatro vice-presidentes da Caixa Econômica investigados por fraudes e afastados pelo presidente Michel Temer depois de recomendação do Ministério Público Federal. 3 deles, incluindo Ferreira, foram destituídos pelo Conselho de Administração do banco.
Em nota, o ex-vice presidente da Caixa respondeu que provará sua inocência, e que possui 35 anos de carreira limpa.
A vice-presidente da Caixa, Deusdina dos Reis Pereira, também estava sendo julgada, mas o presidente da comissão pediu vista porque houve divergência na medida a ser aplicada. O julgamento será retomado no dia 19 de fevereiro.
