Após o acordo assinado entre governo federal e entidades que representam caminhoneiros, a Polícia Rodoviária Federal registrou, nesta sexta-feira, cerca de 500 bloqueios nas rodovias federais de todo o país, exceto nos estados do Amazonas e Amapá. A Abcam (Associação Brasileira de Caminhoneiros), contabiliza 513 interdições.
Nesta sexta-feira, a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) emitiu uma nota a respeito da negociação com representantes do governo federal. Segundo a categoria, alguns itens tiveram avanços, mas outras pautas precisam ser atendidas no âmbito estadual e no legislativo, como a suspensão da cobrança de pedágio de caminhões sem carga, em oito estados; a redução de 50% do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), sobre o óleo diesel, o que deve ser definido com secretários de Fazenda dos estados. Além disso, a CNTA considera urgente, também, o cumprimento de medidas pelo Senado Federal, como a votação do projeto de lei que estabelece a pauta mínima de frete e do projeto que extingue o PIS/COFINS, sobre o óleo diesel.
Durante a reunião de negociação com as entidades e o governo federal, o presidente da Associação Brasileira de Caminhoneiros, José Fonseca, se retirou do local, por discordar das propostas em análise. Nesta sexta-feira, a entidade representada por ele emitiu uma nota, na qual diz discordar do acordo firmado entre o governo federal e as outras entidades representativas. No texto, a Abcam disse que não vai “trair os caminhoneiros” e vai continuar “firme com as reivindicações”. O presidente da entidade conta que o acordo não vai suspender o movimento, mas pretende negociar com o governo federal, até a próxima semana.
Por outro lado, a CNTA, que fechou a negociação com o governo, disse ainda na nota, que as entidades presentes na negociação “jamais aceitaram as pressões para suspender as paralisações” e que o acordo assinado com o governo foi uma forma de garantir que vai cumprir, caso os caminhoneiros concordem com as propostas.
Em relação às centenas de bloqueios nas rodovias federais, a AGU (Advocacia-Geral da União) entrou na justiça, pedindo a proibição dos bloqueios. Até o momento, são 23 liminares que a União conseguiu, em 15 estados. A AGU aguarda outras 13 decisões, que ainda estão sendo avaliadas.