Relatório da Justiça Federal confirma pedido de indiciamento de Cunha e Geddel
O relatório finalizado pela Polícia Federal na semana passada e divulgado nesta sexta-feira pela 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília confirma o indiciamento do ex-deputado Eduardo Cunha e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos do MDB, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e obstrução à Justiça.
Todos relacionados ao esquema de fraude na liberação de créditos para empresas junto à Caixa Econômica Federal.
Quando uma pessoa é indiciada significa que ela deixa de ser apenas suspeita, para ser considerada a mais provável autora do crime.
O caso é investigado pela Operação Cui Bono e os crimes teriam ocorrido entre 2011 e 2013, quando Geddel era vice-presidente de pessoa jurídica do Banco e Cunha era presidente da Câmara dos Deputados.
De acordo com o relatório da PF, Cunha e Geddel recebiam vantagens indevidas de empresas e em troca, facilitavam a liberação de empréstimos bancários para os empresários.
A Operação Cui Bono deu origem a outra investigação que em setembro de 2017 encontrou malas com R$ 51 milhões em dinheiro vivo em um apartamento usado por Geddel em Salvador. Ele foi preso dias depois disso.
A acusação de obstrução de Justiça que consta no relatório da PF, se refere a compra do silêncio de Lúcio Funaro para que ele não revelasse detalhes sobre o esquema de corrupção na Caixa. Funaro é conhecido como responsável por viabilizar as operações financeiras com o dinheiro desviado para Eduardo Cunha.
A Polícia Federal levanta a suspeita de que o presidente Michel Temer tinha conhecimento e concordava com o fato do empresário Joesley Batista tentar comprar o silêncio de Eduardo Cunha, preso no Paraná.
A defesa de Geddel disse que não vai se manifestar sobre o assunto e que até o fechamento desta reportagem a defesa de Cunha não rrtornou os nossos contatos.
O Palácio do Planalto divulgou nota nessa quinta-feira afirmando que é mentirosa a insinuação de que Temer incentivou pagamentos ilícitos ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao operador financeiro Lúcio Funaro.
A nota diz ainda que a gravação dos diálogos entre Temer e o empresário Joesley Batista foi deturpada.
O Planalto sustenta que a frase " tem que manter isso, viu" não se refere a autorização de pagamento de propina a Cunha, e que na verdade era um incentivo ao empresário para manter uma boa relação com o ex-deputado.