Governo brasileiro rebate relatório de ONG britânica sobre mortes de ativistas ambientais
A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República contestou, em nota, o relatório da ONG britânica Global Witness, que aponta a liderança do Brasil em ranking de assassinatos de ativistas ambientais, responsável por 57 das 207 vítimas identificadas em 22 países, em 2017. O relatório acusa o governo de não defender os ativistas e de facilitar ações do grande empresariado.
Segundo o Palácio do Planalto, o relatório apresenta dados equivocados, frágeis e obtidos por metodologia duvidosa, em que uma morte atribui da por investigação policial ao tráfico de drogas, por exemplo, e transformada em resultado de conflito agrário.
A nota do governo brasileiro aponta também que a ONG britânica saberia, se tivesse consultado fontes oficiais, que seis pessoas contabilizadas como defensoras da terra, foram assassinadas em disputa de tráfico de drogas na localidade no distrito de Lençois, na Bahia.
Ainda de acordo com o governo federal, o agronegócio responde pela geração de muitos empregos no Brasil e eventuais crimes em região rural não podem ser relacionados diretamente com esse segmento econômico.
O documento acrescenta que o presidente Michel Temer aumentou áreas de preservação, criou a maior reserva marinha do mundo e trabalha em respeito ao meio ambiente. E ressalta que o Programa Para Defensores de Direitos Humanos recebeu, neste ano, o maior orçamento desde sua criação, quase R$ 7 milhões.
Os dados da ONG mostram que 2017 foi o ano mais violento para líderes locais, encarregados de proteger a flora e a fauna selvagens, ou pessoas comuns que defendem suas terras. Dos 207 assassinatos contabilizados pela ONG, 60% estão na América Latina