Lava Jato: Governo do DF adere a acordo de leniência firmado pela Andrade Gutierrez
O Governo do Distrito Federal anunciou nessa quarta-feira (25) que aderiu ao acordo de leniência que a construtora Andrade Gutierrez firmou com a força-tarefa da operação Lava Jato.
O acordo é uma espécie de delação premiada, feita por empresas. Com a adesão, o Governo do DF passa a ter acesso mais rápido aos documentos da investigação, para acelerar a punição de empresários, agentes públicos e políticos envolvidos em irregularidades.
A Controladoria-Geral do Distrito Federal fez um levantamento e concluiu que quatro grandes obras que envolviam a Andrade Gutierrez causaram prejuízo de mais de R$ 207 milhões.
As investigações apuram irregularidades na construção do BRT Sul, o corredor expresso de ônibus que liga a região central do DF à divisa sul com o estado de Goiás; no conjunto de moradias populares Jardins Mangueiral; no Centro Administrativo, que chegou a ser inaugurado, mas nunca foi usado; e no Estádio Nacional Mané Garrincha, apontado como o segundo mais caro do mundo.
Ao menos 9 empresas e 4 políticos são apontados como responsáveis pelas irregularidades.
Os nomes não foram divulgados porque o Governo do DF precisa respeitar todas as cláusulas do acordo de leniência da Andrade Gutierrez. Entre elas, a do sigilo.
As quatro obras foram inauguradas durante o governo de Agnelo Queiroz, do PT, mas o Centro Administrativo e o estádio começaram a ser construídos antes, no governo de José Roberto Arruda, que na época era do Democratas e atualmente está no PR – Partido da República.
No ano passado, Arruda e Agnelo chegaram a ser presos. Junto com eles, o vice de Agnelo e ex-assessor especial da Presidência da República, Tadeu Filipelli, do MDB.
De acordo com a Polícia Federal os ex-governadores e o ex-vice governador do DF teriam participado de um esquema que desviou R$ 900 milhões do Estádio Mané Garrincha. Os três negaram envolvimento em irregularidades e foram soltos dias depois.